quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos, das horas que passei à sombra dos teus gestos bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos, das noites que vivi acalentando pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo, Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias e só te pede que te repouses quieta, muito quieta e deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar.  (Vinícius de Moraes)

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